03 maio 2018

Afonso Dhlakama


Acabo de saber, através da RTP3, da morte de Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo - Resistência Nacional Moçambicana - aos 65 anos, alegadamente, vítima de complicações associadas aos diabetes. Pouco ou nada me atrai nesta personagem, mas isso não me impede de perceber a sua importância no período pós-independência, em concreto, no período da guerra civil, enquanto figura máxima do contra-poder, e depois, no processo de pacificação do país, enquanto representante maior do principal partido da oposição.
O problema que se apresenta com o seu desaparecimento, é o vazio imediato de poder, pelo menos simbólico, na Renamo e essa situação pode propiciar um conjunto de consequências, por hora, não alcançáveis ou impossíveis de adivinhar. Esperemos que o bom senso e a razoabilidade impere neste momento dramático para a frágil democracia moçambicana. Esperemos que o desaparecimento de Afonso Dhlakama não signifique, tal como em Angola, a hegemonia totalitária de um único partido.

Adenda: Em 1994, participei nas primeiras eleições livres e democráticas em Moçambique, enquanto membro da equipa (empresa) que deu apoio político - sondagens políticas, marketing, imagem e comunição, sob patrocínio da ONU.

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