15 março 2018

terceiro mundismo

A notícia da execução da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, na noite passada, no centro da cidade, com quatro tiros na cabeça, é um assassinato político numa cidade policiada por militares e será mais um, apenas mais um, sintoma da grave doença que o Brasil sempre sofreu e que, nem com toda a cosmética de modernidade urbanizada, cosmopolita e global, se consegue disfarçar. O Brasil pertence ao terceiro mundo, pelo menos naquilo que é o seu ethos social, naquilo que são as suas instituições, organizações e estruturas. Como temos vendo a assistir o próprio poder de Estado e dos diferentes níveis de Administração Pública está refém dessas lógicas de poder - da normalização, e até banalização, da corrupção, do culto de personalidade, da lei do mais forte, da subjugação ao poder económico, da subtração dos direitos sociais e da transformação da democracia em algo que poderá ser tudo menos democracia. Lamento muito, mas assim é o Brasil que sempre me deram a conhecer.

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