18 junho 2017

de luto

Ainda antes de me deitar e quando o número de mortos confirmados era de 19, ouvia o Presidente da Câmara Municipal de Pedrogão Grande dizer que tinha quase a certeza que o número de vítimas mortais seria bem mais do dobro dessas (19). Hoje ao acordar o número de mortos neste inferno de chamas era de 57.
Não sei mais o que escrever. Já o fiz em anos anteriores e quando nem sequer havia vítimas humanas. Perante tamanha catástrofe não sei o que se deve dizer, ou fazer, ou pensar. Apenas o silêncio por respeito a todas as vidas humanas que se perderam e pelo sofrimento dos sobreviventes. Por isto, irrita-me o voyeurismo de alguns canais de televisão e jornais, assim como me irrita esta nacional teimosia em nada se fazer preventivamente e se investir tudo na reacção e no combate aos incêndios. Talvez agora, depois de tantas e tantas mortes, haja coragem para mudar definitivamente o paradigma em relação aos incêndios e à floresta.

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