30 outubro 2015

acabadinha de chegar...


O tema deste número é Noite, o que me fez lembrar a velha música dos Sitiados de João Aguardela, em que este cantava: passa-se a noite, passa-se o tempo devagar... Para as próximas horas e dias, na expectativa de um tempo vagaroso para ler devagar.

dia dos vivos

Quando me preparo para embalar a pequena trouxa com as necessidades de um fim-de-semana fora de casa, lembro como, num passado até bem perto do presente, estes eram dias de referência para nós e cuidadosa e antecipadamente preparados. Era o fim de semana dos santos e dos finados todos, o que obrigava meio país e a nós a viajar, numa romaria singular. Se bem recordo, nesse tempo pré-IPs e ICs, estes eram os dias de maior confusão nas estradas nacionais e de caos para entrar e sair das grandes cidades. Eram sempre dias de partir e chegar tarde, eram sempre dias de muita estrada. O regresso ao lugar de origem para homenagear aqueles que já não vivem, com toda a parafernália necessária e florar para os rituais e celebrações era e, provavelmente, ainda é para muitos, um tempo-espaço extraordinário e obrigatório. Liberto dessas amarras ao sagrado, continuo a viajar nesses dias, mas sem o mesmo propósito. A idade e, acima de tudo, outros valores e interesses, levaram-me a uma outra visão do fenómeno. Respeitando sempre quem se mantém, vou acompanhando de longe e percebendo com clareza que eles e também nós, através da recordação desses que já não estão cá, não fazemos mais do que celebrar a vida de todos e de cada um de nós.
Como parecem longínquos esses dias.

28 outubro 2015

improbabilidade

Numa conversa com a minha criança (4 anos):
Eu - Então e quando fores grande o que vais querer ser?
Ele - Vou ser motoqueiro.
Eu - Ai é? Mas queres fazer corridas nas pistas ou queres fazer motocross nos montes?
Ele - Não pai. Nada disso, não percebes nada! Eu quero levar as pizas.
Eu - Ok, está bem. Já percebi.

a quem interessar...

27 outubro 2015

mediascape: o tudo e o nada são cancerígenos

Por estes dias temos sido confrontados com uma bateria de informações alarmistas em relação ao consumo de vários ingredientes, numa tal sucessão como eu já não me recordo ter acontecido. O que se passa? Esta gente ficou parva?! Ou eu ando enganado e daqui a algum tempo, irei ser surpreendido com alguma doença grave, ou a psicose social, ou melhor, colectiva, ganhou recentemente novas proporções. Claro que não se deve abusar nos consumos de enchidos, fumados e afins, claro que não se deve abusar das carnes vermelhas (até porque a Isabel Jonet não deixa...), claro que não se deve abusar do vinho, da cerveja, do bagaço e afins, claro que não se deve abusar das gorduras animais ou mesmo vegetais, mas não era preciso este verborreia alarmista que invadiu nas últimas horas os media, pois já a minha avó não me deixava comer presunto, nem as alheiras e salpicões que a minha gula exigiam. Nem tão pouco me deixava comer mais do que um ovo e, mesmo assim, só de quando em quando. Só havia alforria para o pão com... pão. Qual é a novidade e a necessidade da informação agora divulgada? Ridícula. Uma vez mais, depois de tantas outras, cheira-me a pressões empresariais, do sector alimentar, que sob a utilização de termos - estudos, pesquisas, cientificidade, laboratório, testes, comprovado, etc., cuja representação simbólica poucos questionam, tentam passar a sua mensagem. É tanga, ou pseudo-ciência. Se repararmos com atenção naquilo que tem sido divulgado nas últimas décadas, nada e tudo, ou tudo e nada, são potencialmente cancerígenos. Mais vale não comer! Certo?! Será esse o objectivo?!
Tal como sempre, o bom senso e o equilíbrio serão o segredo para uma alimentação saudável. A propósito, hoje ao almoço comi parte de uma chouriça de carne de Vinhais (daquelas que diziam provocar butolismo) com batata ao murro e grelos salteados. Termino com a denúncia da comparação ridícula, que encontrei algures, entre fumar e comer carne vermelha. Parvos!
Estou atento, até porque desconfio desta nova moda e protagonismo exagerado e pós-moderno de nutricionismos e de seus istas.

26 outubro 2015

22 outubro 2015

torniquete que se aperta institucionalmente

Estou em choque com a comunicação do Presidente da República, realizada hoje para indigitar Pedro Passos Coelho como primeiro ministro. E o choque não diz respeito a essa indigitação que é legítima e constitucional. O choque chegou com os comentários, com as afirmações e declarações de Cavaco Silva acerca da não possibilidade de alguns partidos poderem aceder ao poder, nomeadamente, através do governo. Fiquei hoje a saber que, se dependesse deste senhor que, dizem, é presidente da república democrática de Portugal, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda seriam ilegalizados e jamais poderiam ter sequer representação parlamentar. Aliás, desconfio que durante deste últimos dias, desde 4 de Outubro, Cavaco fartou-se de ter pesadelos com o resultado alcançado pela esquerda. Só pode. As poucas máscaras que lhe restavam, acabaram de lhe cair. Guardou para o fim da sua longa existência política a derradeira revelação: um profundo racismo político e social em relação a parte da sociedade portuguesa. Sintomático desse sentimento foi, na declaração de hoje, a referência à atenção e preocupação para com os credores, as agências e instituições internacionais, e nenhuma referência ou preocupação para com os portugueses, trabalhadores, desempregados e pensionistas. Que não haja dúvida em relação a quem elege e mantém refém esta gente no poder. Cavaco Silva não responde perante os portugueses, mas sim perante esses organismos anónimos internacionais.
Eu já andava desconfiado perante a chantagem e a pressão que a opinião publicada exerceu nos últimos dias. Agora este discurso que desvirtua a lógica democrática. A ver vamos qual vai ser a sua opção de indigitar ou não a alternativa de governo do PS com apoio parlamentar do BE e da CDU, ou se preferirá manter em gestão este governo da PaF.
Esta postura do Presidente da República remete-me para o resgate civilizacional imposto a toda a Europa. Aquilo que aconteceu recentemente na Grécia, foi só o primeiro momento desse torniquete que se vai apertando para as democracias, para os estados, para os cidadãos europeus. Receio bem que estejamos a experimentar o segundo momento.

20 outubro 2015

candidaturas a Belém

Ainda há dias me pronunciei sobre o anuncio da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Agora, e com alguns dias de atraso, partilho a satisfação com a escolha do Bloco de Esquerda recair sobre a eurodeputada Marisa Matias, a quem reconheço enorme valor e capacidade política. O BE não poderia ter escolhido um candidato melhor. Assim sendo, transfiro, com alguma pena, a minha intenção de voto no candidato Sampaio da Nóvoa para a candidata Marisa Matias.

lido: o meteorologista

No momento em que começo e, depois, acabo de ler o livro o Meteorologista, não posso deixar de trazer aqui uma ou duas impressões que a leitura rápida deste livro me causou. Já em meados de Julho tinha feito aqui referência ao livro e à vontade que tinha de o ler. Aconteceu agora.
Olivier Rolin serve-se de um caso concreto, o de Alexei Feodossevitch Vangengheim, para testemunhar o terror experimentado pela sociedade russa durante as primeiras décadas do século XX, época da Russia vermelha, dominada e governada através da banalidade do mal por Estaline. A particularidade deste livro é que o autor procura percorrer os últimos anos de vida de Alexei, vítima da máquina destruidora dos Gulag's soviéticos e através dessa experiência retrata o paradigma de terror e de barbárie experimentado, principalmente durante a década de 30. Impressiona como milhares e milhares de cidadão russos aceitaram e acreditaram nessa ideologia comunista, que não fazia mais do que eliminar tudo e todos. Em todo o lado, em cada rosto, procurava uma justificação para a sua eliminação. De alguma forma, a crueldade e a nudez desta narrativa, muito bem escrita, desconstrói o ideário do totalitarismo comunista que iludiu, principalmente durante a primeira metade do século XX, milhares e milhares de indivíduos por todo o mundo.

19 outubro 2015

a quem interessar...

Acabo de receber convite para o lançamento de mais dois trabalhos do Professor Doutor Henrique Manuel Pereira.
No dia 23 de outubro, sexta-feira, pelas 19h00, terá lugar na Universidade Católica Portuguesa-Porto a apresentação conjunta de dois livros: Padre Américo – Frei Junípero no Lume Novo, organizado pelo Prof. Doutor Henrique Manuel Pereira, e Raízes do Tempo – À Volta de Padre Américo, da autoria do mesmo Professor. A apresentação das obras estará a cargo dos Prof. Doutor Francisco Carvalho Guerra e Prof. Doutor Vitor Teixeira. (retirado daqui...)


Como não poderia ser de outra forma, lá estarei para lhe dar um abraço amigo. Até lá.

15 outubro 2015

a LER de Outono


Acabei de comprar a revista LER deste outonal trimestre. Numa espreitadela fugaz, encontrei esta preciosidade...
O livro do não sei quê (O Livro do Desassossego) aborrece-me de morte. A poesia do heterónimo Álvaro de Campos é uma cópia de Walt Whitman; a de Ricardo Reis, de Virgílio. Pergunto-me se u m homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor. (António Lobo Antunes, El Pais)
Não havia necessidade!

09 outubro 2015

sempre o acordo. de acordo

Um Professor da universidade de Évora escreveu ontem, dia 8, um excelente artigo sobre o Acordo Ortográfico. Não o vou transcrever na totalidade, apenas algumas frases. Ainda bem que o debate não esmorece e há quem continue a acreditar que o referido acordo é uma cagada em três, ou mil novecentos e noventa actos. Ainda assim deixo aqui a ligação para o referido artigo de opinião.

"Uma das consequências mais espectaculares desta mudança ou simplificação ortográfica foi a de afastar o português falado de Portugal do português falado do Brasil"


"Com a ideia de unificação gráfica entre variantes da língua portuguesa, o que se conseguiu foi precisamente o contrário ao nível da oralidade"

"O acordo ortográfico de 1990, ao declarar que se deve escrever “receção”, “setor”, “deteta” e “ativo” porque essas palavras se pronunciam assim em Portugal, não somente está a levar ao delírio velhas e bafientas noções de simplificação e unificação, mas está também a construir uma gigantesca mistificação"

"O AO90 consegue concretizar duas grossíssimas asneiras ao mesmo tempo: deseduca-me como falante do português e presta um péssimo serviço à unidade transcontinental da língua"

"O AO90 dá tudo, tudo, a portugueses, brasileiros, angolanos, moçambicanos e tantos mais, menos a única coisa que talvez nos interesse na língua portuguesa: escrever e dizer bem"

já sei em quem não vou votar...

mediascape: da incompetência à soberba...

...é um instante televisivo.
José Rodrigues dos Santos, pivot do telejornal da RTP, num destes dias a propósito da composição da nova Assembleia da República, referiu-se ao candidato Alexandre Quintanilha, cabeça de lista do PS pelo Porto, como sendo "o eleito ou a eleita" mais idoso(a).
Polémicas à parte entre o PS e a RTP daí resultantes, parece-me indigno por parte de um jornalista referir-se num tom jocoso ao deputado aludindo à sua orientação sexual. O facto de Alexandre Quintanilha ser homossexual assumido, não altera o seu género, nem condiciona a sua actividade social, nem tão pouco a sua participação naquilo que é a res publica.
Não sei como é possível o canal de televisão de serviço público em Portugal tolerar comportamentos, ou desempenhos como este. No mínimo uma suspensão e um processo disciplinar. Por decoro e por vergonha, a demissão. Obviamente e sem delongas.
É preciso não esquecer que esse proeminente intelectual que gosta de piscar o olho para a câmara sempre que se despede dos seus fãs e leitores, é o mesmo que ao serviço da RTP e em reportagem se  permite fazer juízos de valor e destratar pessoas, comunidades e instituições. Para além disso, é o mesmo que, iluminado pelo luminoso das suas ficções, se dá ao direito de escrever livros de centenas ou milhares de páginas, cujos conteúdos deveriam envergonhar um analfabeto.
A soberba do sujeito ao afirmar: "Nós, os escritores...".

06 outubro 2015

mediascape: déjà vu palestiniano

Um vez mais, sempre mais, cada vez mais, as notícias de confrontos entre Israelitas e Palestinianos que se eternizam, chegam-nos via TV, mas na verdade já estamos tão familiarizados com tais imagens que já relativizamos esse drama político, cultural e religioso que aparenta não ter solução. Voltam a morrer pessoas, Palestinianos, claro.
Há pouco menos de cem anos, eram as potências europeias, saídas vitoriosas da grande guerra que negociavam a administração desses territórios. Era a coroa inglesa o jogador principal desse tabuleiro da geopolítica mundial e quem determinava as políticas para o Médio Oriente. Durante a década de vinte do século XX, Winston Churchill, enquanto ministro das colónias, foi um dos principais actores dos destinos da Palestina.

Na sua biografia "Churchill: A Life" de Martin Gilbert (1991:328), podemos conhecer parte desse processo:
Quanto à Palestina, disse Churchill a Abdullah (emir), enquanto fosse permitida a entrada dos Judeus, «os direitos da população não judaica existente seriam rigorosamente mantidos». Abdullah aceitou estas garantias, mas os Árabes locais, não; numa petição a Churchill eles avisaram que se a Grã-Bretanha não prestasse atenção ao seu clamor por um fim da imigração judaica, «então talvez a Rússia, ou mesmo a Alemanha, leve um dia a sério o seu brado». O objectivo dos sionistas, alertavam os Árabes, era estabelecerem um reino judaico na Palestina «e gradualmente controlarem o mundo».
Os Árabes pediram a Churchill a abolição do princípio da pátria judaica, o estabelecimento de um governo nacional «eleito pelo povo palestiniano» e a cessação da imigração judaica até que estivesse instalado um governo palestiniano. Churchill respondeu-lhes que não estava em seu poder deferir o seu pedido «nem, mesmo que estivesse no meu poder, seria esse o meu desejo», e acrescentou: «Além disso, é manifestamente justo que os judeus que se encontram espalhados por todo o mundo possam ter um centro nacional e uma Pátria, onde alguns deles possam ser reunidos. E onde poderia isto ser, senão nesta terra da Palestina com a qual ao longo de três mil anos eles estiveram íntima e profundamente associados?» A Palestina podia sustentar «um número de pessoas muito superior ao do presente»; os Judeus iriam trazer uma prosperidade da qual beneficiariam todos os habitantes; não seriam despojados nenhuns árabes. Um governo próprio com a possibilidade de uma maioria judaica, iria levar tempo. «Todos nós já teremos desaparecido desta terra, também os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos, antes que isso seja plenamente conseguido.»
Aos Judeus da Palestina, cuja delegação ele recebeu logo a seguir aos Árabes, Churchill referiu-se ao sionismo como «um grande acontecimento no destino do mundo» e desejou-lhe sucesso para vencer as «sérias dificuldades» que se apresentam no seu caminho. «Se eu não acreditasse no vosso mais alto espírito de justiça e idealismo», disse ele, «e em que o vosso trabalho irá efectivamente conferir bênçãos a toda a região, eu não teria as grandes esperanças que tenho de que eventualmente a vossa obra será cumprida.»
Churchill plantou uma árvore no local da futura Universidade Hebraica no monte Scopus. «A esperança da vossa raça ao longo de tantos séculos será gradualmente realizada aqui», disse ele, «não só para vosso próprio benefício mas também para benefício de todo o mundo». Mas os habitantes não judaicos não devem sofrer. «Cada passo que se dê deverá portanto ser para o benefício moral e material dos Palestinianos, todos, Judeus e Árabes por igual». «Se isso for feito, a Palestina será feliz e próspera; a paz e a concórdia reinarão sempre; ela converter-se-á num paraíso, numa terra de leite e mel na qual os sofredores de todas as raças e religiões encontrarão o descanso depois das suas provações». 

enfim, migração para a maçã

Depois de muito tempo às voltas com esta decisão, resolvi sair da minha "zona de conforto" e migrar. Foram muito meses ou anos a ganhar coragem para viajar e levar comigo a tralha toda de uma vida para um novo universo, onde tudo é diferente e ainda complicado. Para além da resistência natural e atávica ao mundo, às rotinas e procedimentos conhecidos, havia também a questão financeira, pois neste novo ambiente, elegante, clamoroso e apelativo, o custo de vida é muito mais caro. Bem sei que é o preço a pagar pelo incremento do aparato e da qualidade de vida (à mulher de César não basta sê-lo, tem que o parecer...).
Empolgado com a nova aventura, estou a instalar-me e a reconhecer os cantos à nova casa.

05 outubro 2015

notas soltas da madrugada seguinte

Acompanhei a noite eleitoral até ao fim e até não haver mais qualquer resquício noticioso ou opinativo sobre as eleições legislativas de ontem. Depois, num exercício ao jeito do twitter, registei num caderno algumas notas sobre aquilo que acontecera. Aqui ficam algumas dessas notas e alguns dos sentimentos experimentados nesta noite:
* Derrota clara e humilhante de António Costa;
* Inadmissível derrota para o PS, depois de quatro anos de austeridade e amargos sacrifícios;
* Resultado do PS demonstra estado de guerra civil no seu aparelho e estruturas;
* Resultado do PS demonstra a crueldade e, acima de tudo, a inutilidade do assalto ao poder protagonizado por António Costa um ano antes;
* Vitória clara da coligação PAF, sendo a força política mais votada, não deixa dúvidas quanto ao sucesso da sua mensagem;
* Vitória da coligação PAF, apesar de não conseguir maioria absoluta, permite governação;
* Impressionante como Paulo Portas vai sobrevivendo, contra tudo e contra todos;
* CDU mantém a sua base eleitoral, conseguindo mesmo aumentar a sua representação num mandato;
* BE consegue o seu melhor resultado eleitoral, aumentando número de votos e mais do que duplicando o número de eleitos;
* BE consegue polarizar votos à esquerda do PS e, também, do descontentamento socialista;
* Não se materializa o sucesso virtual dos partidos emergentes, nomeadamente, do Livre e do PDR;
* Nenhum movimento ou partido dissidente do BE consegue votação sequer digna de registo;
* Afinal, apesar da minha desconfiança, sondagens estavam correctas - ao contrário do que aconteceu noutros países, as empresas de sondagens em Portugal merecem credibilidade;
* Noite humilhante para António Costa que deveria ter acabado com a sua demissão. Até aí esteve mal. Preferiu ficar agarrado ao lugar. Politicamente insustentável e a partir de agora, a prazo;

Durante todo este tempo de aproximação ao acto eleitoral e até ao próprio dia, fui dos poucos, ou muitos, não sei, que não acreditei que seria possível a PAF sair vencedora, pois sempre pensei que havia memória, que havia racionalidade no julgamento desta governação. Enganei-me. Preferia que tivesse ganho o PS, ainda que soubesse que pouco ou nada iria mudar e de não ter especial apreço por António Costa, de não o considerar um político tão extraordinário como muitos o qualificam. Parece-me até ser um político pouco afirmativo, preferindo sempre o nim e o tão. Veremos o que os próximos dias nos reservam.