30 março 2015

lançamento de livro, intervenções

Bom dia,

Tenho, obrigatoriamente, de iniciar esta intervenção com uns breves agradecimentos. Desde logo a todos vós que aqui estais, a todos que, por respeito à memória de D. Manuel, aqui viestes participar nesta homenagem. Agradeço ao meu amigo Dr. Rui Madureira, Presidente da Junta de Freguesia de Vila Boa, pela receptividade e pelo suporte logístico; Agradeço à C. M. de Vinhais, na pessoa do Sr. Vice-Presidente e do Sr. Vereador da Cultura, a sua presença e o apoio à edição deste livro; Agradeço as simpáticas palavras do Sr. Cónego Silvério Pires e a sua pronta disponibilidade para aqui vir e estar connosco. Depois e por fim, penhorado, agradeço a Sua Excelência Reverendíssima Senhor Dom José Manuel Cordeiro que, do primeiro ao último momento desta aventura, esteve e está connosco - informando, aconselhando e colaborando nos diferentes momentos da pesquisa e do trabalho de investigação. Relembro o momento primeiro, quando em Abril de 2012, o abordei à porta do Teatro Municipal de Bragança... No meu diário de campo escrevi assim:

Fui convidado para assistir ao programa "Portugal Hoje", que a RTP transmitia a partir de Bragança na noite do dia 11 de Abril. Assisti ao programa, no qual era interveniente o Sr. D. José Manuel Cordeiro, actual bispo de Bragança-Miranda. Não viera com a intenção de o abordar relativamente a este projecto, mas no final do programa e quando ele, já na rua, se despedia de algumas pessoas, se cruzou comigo e me estendeu a mão (um perfeito desconhecido para ele), apresentei-me e falei-lhe do meu propósito. Surpreendido com a minha abordagem, pareceu-me curioso e até interessado com a ideia de assinalarmos o centenário de nascimento de D. Manuel. Solicitei-lhe, ali mesmo, uma audiência e D. José, solícito, logo abriu a sua agenda e sugeriu a data de 23 de Abril, às 11 horas no Paço Episcopal.

Assim foi. Muito obrigado;

Antes de vos falar deste livro, quero só deixar uma palavra de gratidão à Carla Gonçalves, na altura jornalista do jornal Mensageiro de Bragança, que aceitou o desafio e colaborou na recolha de testemunhos, entrevistas e recolha de documentos; e outra palavra de gratidão ao meu Pai, também ele mentor e participante activo nesta jornada. Sempre a meu lado;
O resultado final destes anos de pesquisa é o livro que agora temos nas mãos e que foi sempre pensado, construído e escrito exclusivamente com este propósito - homenagear a vida e a obra de D. Manuel António Pires, neste exacto dia. Claro que tudo aquilo que agora está reunido e registado neste documento sobreviverá ao dia, aos anos e à vida de todos nós e por isso mesmo, o entendemos como um documento histórico, que não só preservará a memória de D. Manuel, como a levará para o futuro e aí, sem qualquer pretensão e sem conseguirmos adivinhar, poderá sempre ser objecto de interesse para as gerações que hão--de vir.
Partimos de um ponto indefinido, de uma ideia para esse longínquo dia que seria o de hoje, 27 de Março de 2015. E se registássemos os textos manuscritos de D. Manuel numa publicação? Foi esta a marca de água deste projecto. O dossier que ele deixou com algumas das suas homilias, pregações e outros textos, mais ou menos desorganizados e que agora poderão encontrar no segundo capítulo deste livro. Juntámos-lhe os textos que publicou na revista Brigantia, alguns em separatas, que estão no capítulo três e pequenos artigos que foi publicando no Mensageiro de Bragança, poderão ser lidos no quarto capítulo. A primeira parte deste extenso livro é dedicada à vida de D. Manuel, desde os seus antepassados até ao dia da sua morte e suas repercussões. Foi escrito tendo como principais fontes de informação e documentação, a memória de seus sobrinhos e sobrinhas, o arquivo digital do jornal Mensageiro de Bragança, o jornal Apostolado e, fundamental, pela sua proximidade pessoal e profissional, o acervo - correspondência, fotografias e documentos - e memória do Padre Manuel Vale, entretanto falecido.
Por tudo isto, quero deixar bem claro que no fim desta jornada, a sensação que tenho é que aquilo que aqui está é um documento cujo autor é D. Manuel António Pires. Sirvo-me das palavras de Michel Foucault para justificar esta sensação:

"Autor é aquele que dá à inquietante linguagem da ficção as suas unidades, os seus nós de coerência, a sua inserção no real. Bem sei que me vão dizer: mas está a falar aqui do autor tal como a critica o reinventa depois da obra, quando a morte chegou e não resta senão uma massa confusa de escritos ininteligíveis; é preciso, então, repor um pouco de ordem; imaginar um projecto, uma coerência, uma temática que se pede à consciência ou à vida de um autor - na verdade sempre talvez um pouco fictícia. Mas tal não impede que ele tenha mesmo existido, esse autor real, esse homem que irrompe no meio de todas as palavras usadas, trazendo nelas o seu génio ou a sua desordem". (in A ordem do discurso, 1997, pág. 23)

O nosso esforço não foi muito além da função de escrevente, termo roubado a Roland Barthes, e que define aquele que apenas cumpre uma actividade e não a função de escritor, que neste caso, a de reunião de escritos e momentos de D. Manuel António Pires, ou seja, um projecto de reescrita que pretende comunicar.

Mas estamos em Vila Boa, o seu e o meu axis mundi. Se houve aspecto que, de alguma forma, me impressionou naquilo que pude conhecer do seu percurso, foi a permanência, a invariância dos seus referentes de origem, de uma ruralidade profunda, ao longo de toda a sua vida. À época, um lugar inóspito, isolado, desqualificado, como nenhum de nós aqui presentes será capaz de alcançar. Aqui nasceu, aqui cresceu, aqui se fez homem. Homem que bem cedo percebeu o sentido para a sua vida. Perto ou longe, o seu espírito, a sua preocupação, o seu cuidado esteve também aqui, com os pais, com os animais, com as sementeiras e as colheitas, com as maiores ou as menores tarefas domésticas e agrícolas. Auxiliou família, amigos e vizinhos, cuidou dos pais, das irmãs e dos sobrinhos, financiou obras na aldeia, sem nunca perder o seu norte, ou seja, sem nunca prejudicar o seu ofício e as suas obrigações.
E porque estou em Vila Boa, porque me dediquei a conhecer o possível da sua vida e porque desde miúdo, sinto latente algum desconforto ou incómodo em relação ao "Bispo" de Vila Boa, importa-me salientar e, de alguma forma, repor verdade, que é a D. Manuel que se deveram grandes e importantes reformas na capela do S. Roque, das quais ele nunca fez publicidade ou quis reconhecimento público. Assim como a ele se deveram algumas das reformas ou melhorias efectuadas na nossa igreja paroquial, suportadas à distância pelo seu dinheiro, resultado do seu ofício de "Bispo". Cada um com o seu múnus e com o seu saber. A César o que a César pertence. O seu perfil, a sua personalidade, o seu altruísmo desinteressado, nunca lhe permitiu outra postura, outra atitude e terá sido assim e por isso que, passados todos estes anos, ainda sobrevivem alguns coalhos de antanho.

Estamos em Bragança e no Paço Episcopal da diocese de Bragança-Miranda. Casa que D. Manuel tão bem conheceu. Foi esta casa que descobriu no jovem estudante de Teologia a inclinação e a vocação para o sacerdócio. Foi esta casa que o enviou para Roma e lhe deu a possibilidade de estudar e de adquirir mais conhecimentos. Foi a esta casa que ele regressou, já presbítero, depois dessa viagem de especialização e de
saber, na cidade eterna. 
Nele, D. Abílio Vaz das Neves depositou toda a confiança, nomeando-o desde logo e ao longo da década de quarenta para vários lugares de responsabilidade. Lugares, actividades e funções que o então presbítero e depois cónego, desempenhou com dedicação e zelo. Esse percurso foi possível conhecer e acompanhar graças ao jornal Mensageiro de Bragança, que nasceu precisamente no ano em que D. Manuel regressa de Roma e vem trabalhar para esta diocese.
Foi também aqui que teve lugar a grande cerimónia da sua sagração episcopal, no dia 29 de Junho de 1955. Foi desta diocese que partiu para a sua nova casa, Silva Porto, e para onde levou vários sacerdotes e religiosas da diocese de Bragança. Pelo que nos foi dado a conhecer, ficámos com a sensação que D. Manuel António Pires, com o seu forte espírito missionário e com a sede de realização de obra na sua diocese (novas paróquias, casas, abrigos e missões), em vários momentos, a custo se conteve na captação ou requisição de pessoal religioso nesta diocese, apenas por respeito a D. Abílio e para o não ofender ou melindrar. Mesmo assim, durante a década de sessenta, as solicitações junto do Bispo de Bragança e da Irmã Marta, Superiora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, são regulares, persuasivas e bastante apelativas.
Mais tarde, e quando D. Abílio Vaz das Neves ainda era bispo da diocese, terá circulado por alguns círculos do Clero e pela cidade, a ideia de que o lugar desta diocese lhe poderia ser entregue. Perante essa possibilidade D. Manuel, ausente e em visita pastoral na sua diocese angolana, foi peremptório: "Eu?... Bispo de Bragança?... A diocese necessita de um bispo de fora, de larga visão e pulso forte. Não um bispo qualquer. Por aqui andaremos até que Deus queira. Em Bragança, agora só de visita".

Foi para Bragança e mais concretamente para Vila Boa que regressou no Outono da sua vida. Resignado com o destino dessa sua outra pátria, mas disposto e disponível, sempre disponível para o seu ofício. Até ao fim, que chegou na Primavera de 1999.
Conheci D. Manuel já bem perto do fim da sua vida. O tio Bispo como então o tratávamos e a quem tínhamos que beijar o anel, apesar da sua mão se retrair sempre. A imagem que guardo dele, julgo que é partilhada pela maioria daqueles que o conheceram e que com ele privaram. Simples e afável. Infelizmente não pude, não soube tratar, nesse tempo, daquilo que vim a tratar depois para vos trazer este livro.
Lamento.
Terminarei com uma parábola que um dia ouvi a D. Manuel, num dos muitos almoços de Páscoa em casa da minha Avó.

Os romanos antigos tinham por hábito, no final de cada dia, apanhar do chão uma pedrinha que levavam para casa e guardavam em recipientes. Se o dia lhes tivera corrido bem, apanhavam uma pedra branca ou clara, se o dia lhes correra menos bem ou mal, apanhavam uma pedra escura. Assim, ao longo de toda a sua vida e a cada momento podiam avaliar e qualificar a sua vida. Estou certo que também hoje D. Manuel apanha uma pedra branca que guardará para a sua eternidade.

Muito obrigado.

(Vila Boa e Bragança, 26 de Março de 2015)

Notas: 
Texto a preto, comum às duas intervenções; texto a azul - intervenção em Vila Boa, texto a vermelho escuro - intervenção em Bragança.

29 março 2015

pela primeira vez...

Um livro meu teve direito a marcador. Sim senhor.

citação

«Seja-me permitida mais uma nota pessoal, mas a leitura é assim, pois um livro bom está aberto a que lhe acrescentemos outros parágrafos. Meu pai morreu há 10 anos, e enquanto minha mãe foi viva, a biblioteca que construíra e que vigiava com zelo feroz, manteve-se quase intacta. Minha mãe morreu há pouco. Agora, filhos e netos (muitos) foram esvaziando as prateleiras, conforme as suas preferências intelectuais ou os seus interesses académicos. Porque descobrira um livro que, pensei, seria muito do gosto da minha filha mais velha, telefonei-lhe a dar-lhe conta disso. Passados minutos mandou-me o seguinte SMS: "É bom fazer parte de uma família em que os livros são tão preciosos como as jóias".
Este livro sobre o qual escrevi estas palavras ficará na minha biblioteca, esperando que um dia alguém o leve - como jóia».
(João Lobo Antunes, in LER)

28 março 2015

nova plantação

Em breve aqui ao lado nas plantações.

pela primeira vez...

E só depois de mais de quatro décadas, duas das quais praticante e outras duas não-praticante militante, me vi na circunstância de leitor de uma leitura eucarística. Teve que ser e o culpado também aparece nesta fotografia...

centenário D. Manuel António Pires

Ontem, dia 27 de Março de 2015, assinalou-se o centenário de nascimento de D. Manuel António Pires, antigo bispo de Silva Porto, actual Kwíto-Bié, em Angola. A diocese de Bragança e a família assinalaram a data com um conjunto de momentos, nos quais participei. Entre Vila Boa e Bragança, foram várias as pessoas que se associaram à iniciativa. Desse programa constou também o lançamento do meu livro: "D. Manuel António Pires - história de vida de um missionário (1915-2015). Ficam aqui alguns dos momentos desse longo dia.






25 março 2015

24 março 2015

importa-se de repetir?!...

Fazer progredir o pensamento não significa necessariamente refutar o passado: significa por vezes revisitá-lo, não só para compreender o que foi efectivamente dito mas o que se poderia ter dito, ou pelo menos o que hoje pode dizer-se (talvez apenas hoje) relendo o que então se disse.
Umberto Eco, in Semiótica e Filosofia da Linguagem (1984)

23 março 2015

pilosidades

Ando à procura de um pequeno texto que sei que escrevi sobre o conceito de "escrevente", que um dia encontrei em Roland Barthes. Penso até que já o trouxe para aqui, mas como não o consegui encontrar, resolvi folhear todos os cadernos de apontamentos dos últimos anos de rascunhos e escritas. Ao fazê-lo, entre várias idiotíces para mais tarde recordar e às quais irei, com certeza, regressar, dei com um curto texto ao qual dei o nome "pilosidades" e no qual reflectia sobre o drama de ver surgir, das cavidades faciais, cada vez mais pelos. Na altura não o publiquei provavelmente por pudor, mas ao relê-lo, uns anos depois e com mais pilosidades para cuidar, aqui vai...

Sempre achei horrível e até falta de higiene, os homens não terem cuidado com os pelos que lhes vão nascendo um pouco por toda a cabeça e em concreto no rosto e arredores, ou seja, ouvidos, orelhas, narinas e mesmo nas sobrancelhas. Sempre associei esse fenómeno a idades maiores, como que sinais de envelhecimento. Pois bem, eu ainda estou para entrar nos quarenta e já encontro, aqui e ali, um ou outro pelo, que sem autorização emerge e se mostra ao mundo. A vontade é arrancá-los de imediato, mas como dói e ainda não são significativos, tenho optado pelo corte rente de forma a não estarem visíveis. Outro problema são os desalinhados fios de pelo que teimam em surgir nas fortes sobrancelhas. Raios os partam, ou pelo menos, depilem. Numa atitude aproximadamente metro e tentando salvaguardar a imagem que vejo reflectida no espelho, vou aparando-os e redireccionando-os, procurando mantê-los na ordem estabelecida. Enfim, sinais do tempo que vai também passando por mim.
(28 de Março de 2011)

baú da memória VIII

No dia 19 de Março, há quatro anos, escrevi e enviei a alguns amigos uma mensagem de texto, em que dizia: "Anuncia-se ao mundo, ao nosso mundo, que o Rodrigo acabou de chegar até nós. Tudo correu pelo melhor e ele e sua mãe estão bem de saúde. Que felicidade. Obrigado".

12 março 2015

mediascape: VEM

Hoje à tarde, de passagem pela frente de uma TV, assisti às declarações do Secretário de Estado Pedro Lomba acerca do Programa VEM - Valorização do Empreendimento Emigrante, que foi hoje aprovado pelo Conselho de Ministros. Este programa visa apoiar emigrantes que queiram regressar a Portugal e a sua reintegração profissional, através de apoios à contratação ou através da criação do seu próprio posto de trabalho, servindo-se da experiência profissional adquirida no estrangeiro.
Depois de terem passado todo o seu tempo de governação a mandar as pessoas saírem da sua zona de conforto e emigrarem, procurarem lá fora uma vida pessoal e profissional digna, este programa não é só ofensivo, é também hipócrita. Quer dizer, pouco tempo depois de se terem estabelecido, sabe-se lá a que custo, num outro qualquer país e terem conseguido refazer as suas vidas, era suposto virem a correr para os braços da pátria mãe... Sem vergonha alguma, esta gente é capaz de dizer tudo e precisamente o seu oposto, sem qualquer reserva ou pudor. Inacreditável a atitude paternalista perante os "filhos pródigos" que, julgam eles, nós somos. Alguém quererá regressar nestas condições? Sim, haverá sempre crédulos.

08 março 2015

03 março 2015

Pseudociência

A Fundação Francisco Manuel dos Santos, com a sua colecção de ensaios, tem realizado um trabalho de mérito ao trazer para o grande público e a preço muito interessante, trabalhos da comunidade de pensadores, investigadores e cientistas portugueses. O número 48 da colecção, editado em Setembro de 2014 é mais um exemplo paradigmático dessa qualidade e dessa excelência. Um cientista (David Marçal) que se dedica, com linguagem simples e acessível a todos os leitores, à defesa da produção do conhecimento científico, alertando e desconstruindo as estratégias de toda a pseudociência que nos rodeia diária e insistentemente. Nem de propósito, agora que estou envolvido nessa discussão epistemológica, este ensaio tem sido de uma impressionante utilidade, pois a sua linguagem e os exemplos apresentados são por demais esclarecedores para toda a gente, inclusive, estudantes resistentes às matérias mais teóricas e aborrecidas. Obrigado.

Amadeu Ferreira (R.I.P.)

Não há como não ficar triste com o desaparecimento de Amadeu Ferreira. Faleceu no passado dia 1 de Março. Figura ilustre da cultura portuguesa e central do universo da língua mirandesa. Autor e tradutor de inúmeras obras para essa língua, a ele se deve, também, o reconhecimento do mirandês como língua oficial. Era actualmente Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes. A cultura ficou bem mais pobre. Para conhecer a sua obra... AQUI.

02 março 2015

viver acima das nossas possibilidades é isto

Estava num jantar em casa de amigos, celebrando o aniversário de um deles, quando tive conhecimento daquilo que o nosso Primeiro Ministro andou a fazer-nos durante os últimos quase quatro anos. Então não é que tem, ou teve, dívidas para com a Segurança Social e, para além de não ter pago, alegou desconhecimento das suas obrigações fiscais. Um qualquer avençado, precário ou profissional liberal sabe das suas obrigações para com a Segurança Social e um indivíduo que chega a Primeiro Ministro quer convencer-nos que não sabia... O que mais me impressionou nesta sem vergonha (mais uma), é quererem borrar-nos a cara com bosta de Tartaruga (que é mais exótica e chega mesmo a ser utilizada em algumas fragrâncias de alto gabarito e, dizem, ter propriedades medicinais) enquanto se divertem no aconchego dos espaços exclusivos e vivem à custa de todos os outros, os excluídos. Para alguém que afirmou com todos os dentes que tem na boca que vivíamos acima das nossas possibilidades, é de perder a face e merecedor da maior censura política e, acima de tudo, cívica. Não quero acreditar que ainda é o Primeiro dos nosso Ministros.