27 janeiro 2014

mais um ano, pela sétima vez

Por lapso de memória, que é como quem diz que se esqueceu, assiná-lo hoje a passagem para o oitavo ano de existência do apurriar. A data exacta da sua fundação é 24 de Janeiro de 2007. Neste momento, quero apenas reafirmar a vontade de continuar e de manter activo este espaço. Para início de mais um ano, e como já terão verificado, procedeu-se a uma pequena alteração do seu aspecto, num esforço de o manter esteticamente actualizado. Muito obrigado pela partilha deste tempo.

grande chico...

Chico do Vale - "Pedro, O Coelho" from MPAGDP on Vimeo.

15 janeiro 2014

mediascape: tecnocracia

Segundo o Jornal i, amanhã irá ser conhecido um estudo sobre literacia social, promovido pela Universidade Católica, pelo Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano e pela União Europeia. Segundo as conclusões desse estudo, os indivíduos que mais possibilidades materiais têm são os menos disponíveis para ajudar os outros, ou para defender uma causa justa, demonstrando que as pessoas se vão acomodando ao seu crescente bem-estar e sucesso, esquecendo ou alheando-se da situação dos restantes indivíduos, com quem não partilham riqueza, benefícios e privilégios. O responsável por esse estudo afirma que o sistema de educação é o grande responsável por esta situação, pois durante as últimas décadas a escola dedicou-se a um ensino demasiadamente técnico e esqueceu-se da condição humana e da ética humanista.
Impressionante como em poucas décadas se esvazia uma sociedade dos seus valores éticos, morais e cívicos. Vivemos a era do neo-individualismo - cada um de si, por si e exclusivamente para si. Estupidificante, ou melhor, mais ricos e mais estúpidos.

14 janeiro 2014

instante urbano XXV

Este é um episódio que não experimentei ou testemunhei. Chegou-me aos ouvidos através de um amigo que, à mesa de um café e por entre gargalhadas, partilhou o sucedido. Desconheço a veracidade dos factos ou se os mesmos pertencem ao anedotário à ordem da oralidade ordinária e maldizente. Sem juízos ou moralismos, aqui vai:

À conversa com um amigo e a propósito da nova moda da comercialização digital, através do sítio "OLX", discutia-se a segurança, fiabilidade e qualidade do serviço prestado e a eficácia das transacções comerciais. Esta é já uma forma segura e eficaz de se conseguir vender e comprar de tudo o que possamos imaginar, apesar de existir sempre o risco de burla, engano ou má-fé. Que o diga um rapaz seu conhecido que através desse espaço de trocas comerciais digitais encomendou um produto, cuja publicidade garantia o aumento substancial do seu pénis. Vá-se lá saber porquê, pagou cem euros e ficou a aguardar a encomenda. Não teve que esperar muito e para seu espanto e vergonha, o engenho milagroso que encontrou na encomenda foi uma simples e eficaz lupa.

12 janeiro 2014

mediascape: papel

Sobre Borges escreveu-se que a "erudição é uma forma moderna do fantástico" ou seja é uma forma de criação mesmo que não use, nem mereça, esse nome. Por isso as bibliotecas, mesmo mortas, como são na maior parte todas as grandes bibliotecas, são uma construção humana ímpar. Se há civilização, é aqui que está, também nos pobres versos de todos estes humanos que tiveram a enorme presunção de escrever livros, nem que seja para dar uso às palavras.
(José Pacheco Pereira, In Jornal Público de 11/01/2014)

10 janeiro 2014

sr. fnac

Não sei se é só impressão minha, mas as lojas da Fnac estão a perder qualidade. De há algum tempo a esta parte tenho reparado que a oferta de livros e de música tem vindo a diminuir. Para além disso, o cuidado com a apresentação, com o estado de conservação dos produtos expostos tem sido negligenciado. Não quero ser injusto, mas parece-me que o Sr. Fnac já conheceu melhores dias. Desde a sua chegada a Portugal em 1998, a marca construiu uma rede de lojas por todo o país com uma excelente oferta de catálogos de livros e música. Com isso destruiu muitos dos pequenos comerciantes especializados, que não resistiram à esmagadora capacidade de promoção, de preço e de programação da marca francesa. Depois de conseguiram praticamente o monopólio desse negócio, abandonam os seus clientes e deixam um vazio tremendo. Lamento, acima de tudo, ter também contribuído para essa concorrência desleal. Agora, nem me deveria lamentar, mas lamento.

07 janeiro 2014

baú da memória V

Retomo assim uma rubrica há anos esquecida. A minha mãe em arrumações recentes encontrou três pedaços velhos de serapilheira bordados. Logo se apercebeu que deveriam ser trabalhos de escola de algum dos seus filhos. Perguntou-me se me recordava de algum deles. Num primeiro momento disse que não, mas depois de verificar com atenção encontrei nas costas de um deles uma etiqueta identificativa que eliminou qualquer dúvida.
Este foi um trabalho de tapeçaria que fiz na disciplina de Trabalhos Manuais do 7º ano, isto no longínquo ano de 1986. Fica o registo.


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02 janeiro 2014

prefácios...

De regresso a casa depois de uns dias no nordeste transmontano, encontro na caixa do correio um presente. Editado já em 2012 e escrito pelo meu amigo José Alegre Mesquita, "Selores... e uma casa" é um livro que reúne, num estilo monográfico, as histórias e as etnografias dessa pequena aldeia do concelho de Carrazeda de Ansiães. Na altura em que estava para ser editado, o autor convidou-me para escrever o seu prefácio, o que fiz com muito prazer. Tendo em conta a metáfora que o autor escolheu - a casa - para construir a sua narrativa, escrevi um texto intitulado "Entre, quem é?...".
Apesar de só agora ter chegado, em breve ficará aqui exposto na secção das "enxertias".
Obrigado José.