30 janeiro 2009

acordo ortográfico.... (uma vez mais)

Lí hoje na edição online do jornal SOL, uma entrevista ao ministro da Cultura, onde afirma que quer que o Acordo Ortográfico, «o mais tardar em 1 de Janeiro de 2010», seja aplicado «a nível oficial e em todos os meios de comunicação social». Quanto aos críticos do Acordo Ortográfico, o ministro entende que «todas as pessoas são livres de escrever como quiserem». Mas pretende que «integrem a nova forma» e, por ele, «quanto mais cedo melhor». Não deixa, no entanto, de deixar uma palavra aos que «trabalham com a língua quotidianamente - os grandes escritores, os poetas». Estes poderão escrever português como entenderem. O ministro garante que não levará a mal.
Então só os grandes escritores é que poderão escrever como bem entenderem!?... mas então e os pequenos escritores!?... e os outros!?... serão obrigados a!?.... (até aqui há descriminação - chamemos-lhe sectarismo intelectual).
Mas afinal de contas, quem é ele para levar ou não a mal!?...
Na mesma secção de cultura deste jornal online, a noticia de que Inês Pedrosa aproveitando o lançamento de um livro seu no Brasil, criticou o acordo afirmando que a adopção de uma grafia para unificar documentos não é importante, até porque muitos acordos acabam por não ser cumpridos. O importante seria que os países da CPLP se unissem para defender e promover a sua cultura.
Nota: como Inês Pedrosa pertence ao tal grupo dos "grandes escritores" pode dizer, fazer e escrever como bem entender. Certo?

29 janeiro 2009

amor...iconográfico



educação musical

Porque há, continua a haver muita qualidade disponível. Sem ser uma novidade, Stef Kamil Carlens (que dizem ser o front-man de palco ideal) e os seus Zita Swoon, ao vivo, conquistando paulatinamente - neste caso, de estrofe em estrofe, um público que não sei se o seu... (desculpem pelo pretencioso título, mas é mesmo isso que se trata).

o meu gadget

Telemóvel. Mas porque não toca ele!?... Hoje sei que será através dele que tudo se passará, mas não agora, nem depois. A ausência sentida até no meu próprio telefone que, teimosamente, não toca!

27 janeiro 2009

primeiro beijo

Foi quando ainda jovem deambulava de bar, em festa, pelas noites longas das vilas e cidades. Por muito ou mais que gingasse o João demorava sempre no mesmo lugar, pois era aí que gostava de estar. Era aí que se sentia bem. Era aí que queria ficar, sempre. Nada mais. Ali, naquele sítio onde sabia poder encontrar Ana, uma jovem conhecida, de tonalidades exóticas, modos simples e olhar intenso. João vivia esses pequenos e breves momentos com tal intensidade que a ansiedade era perceptível. Assim que Ana chegava com dois beijos, o sobressalto nele era tal que logo se manifestava num atropelo de pensamentos e palavras.
Por breves que fossem estes encontros, ele sentia-os imensamente e mesmo antes de cada um deles findar, João só já ansiava por uma próxima vez. Com o passar do tempo e à medida que se iam conhecendo, ele sentia-se cada vez mais preso a ela e, a partir de determinada altura, sentiu que a empatia e a vontade eram recíprocas. Ana também gostava de ali estar.
Uma outra atitude se impunha agora a João, que num gesto improvisado e quando, uma vez mais, Ana sorrindo chega perto de si, lhe diz que a adora desde sempre, desde o primeiro momento que a sua memória a consegue recordar e que é já doloroso para si continuar a conviver com Ana sem poder ir mais além… O lindo sorriso de Ana deu lugar a uma expressão grave e preocupada, o que assustou João, mas Ana sem dizer o que fosse, respondeu-lhe com um beijo, um leve mas longo toque de lábios, no fim do qual segredou: - Que bom meu amor!
Hoje, já bem longe, João recorda esse primeiro momento, conseguindo ainda sentir, na boca de Ana, o sabor desse primeiro beijo e no seu olhar, encontrar a memória desses alegres e bonitos dias.

24 janeiro 2009

um ano mais... Apurriar

Assinalo mais um ano desde o dia em que criei este espaço. Recordo a incerteza e a reticência em publicar e manifestar aquilo que também sou eu. Sim, neste espaço individual, vou depositando aquilo que eu sou ou vou sendo e aquilo onde estou ou vou estando, numa atitude que não entendo como narcísica ou egoísta, mas sim como altruista de quem não tem outras intenções a não ser o gosto de reflectir sobre aquilo que vai acontecendo à minha/nossa volta. Se ambição houve à partida, essa foi a de criação de um espaço de partilha e de comunicação e, passados dois anos, aquilo que posso afirmar é que essa ambição se mantém.
Para mim o ser Blogger não é mais do que ter um espaço - género livro aberto, organizado e arrumado, onde sei que não perderei qualquer informação. É, sem dúvidas, um excelente arquivo. Pessoalmente, continuo a gostar muito do cheiro do papel e de poder escrever, corrigir, riscar, reescrever, borratar, ler e reler aquilo que poderia ter sido mas não foi, aquilo que pensei um dia, mas que por qualquer razão não vingou. Apesar de toda a tecnologia disponível e de todas as novas possibilidades que gosto de conhecer e experimentar, vou continuar a gastar papel e canetas pretas, tentando sempre manter o gosto, a vontade e a arte para aqui ir depositando parte daquilo que vou fazendo.
Uma última linha para agradecer a todos(as) aqueles que, aqui, me visitam e vão interagindo comigo.

19 janeiro 2009

João Aguardela


É com tristeza, profunda tristeza que soube da sua morte. Por tudo aquilo que me proporcionou nos tempos da primeira juventude - o tempo em que o fim não era sentido nem percepcionável.

16 janeiro 2009

a LER

Este mês um pouco mais tarde do que o habitual, mas dia 15 cá está o nº 76 da revista Ler. Para além da enorme entrevista a Agustina Bessa-Luís, e daquilo que já pude ler, retive a seguinte frase:
Num mundo no qual as identidades se vão diluindo, é curioso questionarmo-nos sobre as influências que sofremos e, ao mesmo tempo, fixar a memória daquilo que se vai perdendo a um grande ritmo. Trata-se da morte das tradições e das raízes que explicam aquilo que somos. ( José Luís Peixoto)

15 janeiro 2009

desculpem a insistência

igual a nada

Ontem enquanto percorria os atalhos partilhados dei de caras com um texto muito interessante acerca de livros, escrito por um livreiro. Aqui fica transcrito parte desse texto:
Editam-se livros de mais? Acho que sim, pelo menos para os livreiros, editores, autores e distribuidores. Não tenho a certeza em relação ao público em geral, porque esse ganha, à primeira vista, com a diversidade. A humanidade escreve muito mais livros do que consegue ler, isso é uma evidência. Edita-se um milhão de livros por ano e ficam dois ou três por editar, quer isso dizer que se escrevem dois a três milhões de livros por ano. Se um ser humano pudesse dedicar toda a sua vida apenas a ler, conseguindo, suponhamos, ler quatro livros por semana, 200 por ano, dez mil em meio século - seria igual a nada, tendo em conta os milhões e milhões de livros existentes em todo o mundo. Para terem uma ideia da dificuldade que é para um livreiro gerir uma livraria face aos livros novos editados exclusivamente em Portugal, que rondam neste momento os 16 mil por ano: se quiséssemos disponibilizar todos os novos títulos na livraria, considerando uma média de dois cm de espessura por livro, seríamos forçados a aumentar a Pó dos livros em 320 metros de prateleiras, o que daria mais ou menos 45 estantes, ou seja, teríamos de ampliar anualmente a nossa livraria em dois terços do espaço.
Jaime Bulhosa da Pó dos Livros

14 janeiro 2009

politicamente correcto e ecuménico...

Durante uma tertúlia, ontem à noite na Figueira da Foz, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, deixou o alerta para as jovens portuguesas:
«Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Ala sabe onde acabam»

09 janeiro 2009

Leituras do Pessoa

Ecolalia Interior
O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados. Partimos a cara a todos os ausentes, conquistamos de graça todas as mulheres sonhadas, e acordamos alegres, de manhã tarde, com a recordação colorida dos grandes feitos por cumprir. Cada um de nós tem um Quinto Império no bairro, e um auto-D. Sebastião em série fotográfica do Grandela. No meio disto (tudo), a República não acaba.
Somos hoje um pingo de tinta seca da mão que escreveu Império da esquerda à direita da geografia. É difícil distinguir se o nosso passado é que é o nosso futuro, ou se o nosso futuro é que é o nosso passado. Cantamos o fado a sério no intervalo indefinido. O lirismo, diz-se, é a qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado.
O Atlântico continua no seu lugar, até simbolicamente. E há sempre Império desde que haja Imperador.
(desde longe de 2009 e com uma acutilante actualidade continuo a ler e a ler Fernando Pessoa)

08 janeiro 2009

curiosidade

Hoje o portal Sapo apresenta uma questão aos seus visitantes acerca da reunião que tem lugar hoje em Paris e onde se irá discutir uma estratégia para a resolução da actual crise financeira. Os visitantes que quiserem podem escolher entre três respostas possíveis. O resultado desta mini-sondagem, às 11:20 am, era:
Alguns líderes europeus reúnem-se hoje em Paris para debater «Novo Mundo. Novo capitalismo». É apologista:
- Da reforma do sistema capitalista = 35%
- Da manutenção do actual sistema = 7%
- Da criação de um outro tipo de sistema = 59%

praças de aquecimento

É nestes dias de frio, de maior frio, que estes lugares conhecidos por praças de alimentação (dúvido da sua condição de "lugar", mas...) se enchem de gente. Muita gente e variada... de tamanhos, de cores, de feitios e de odores. Tamanha salgalhada que chega a ser incompreensível como conseguem sequer ter ar para respirar. Mas a realidade é que conseguem e por lá andam... mas haverá pelo menos uma explicação para tal facto e essa explicação é o frio que se faz sentir nas ruas e nas casas. Aqui, pelo contrário, nestes corredores enormes a temperatura imposta é tropical, agradável principalmente para os esqueletos mais sensíveis e/ou para os mais gastos. O ar criador de todo este ambiente parece mais forçado do que condicionado, tal é a sua intensidade. É por isto que se percebe a permanente densidade humana - espaços quentes, aconchegantes(!?) e gratuitos.
Reparem na confortáveis poltronas e sofás que se encontram plantados um pouco por todos os lados destes centros e naqueles que por lá se deixam ficar durante largos minutos (horas)... ora desfolham um qualquer jornal gratuito (oje, destak, meia-hora ou metro) em jeito de quem lê interessadamente, ora se deixam embalar num estado sonolento, que em alguns casos passa rapidamente a sono profundo, permitindo-lhes embarcar, ainda que por breves momentos, num qualquer outro mundo de sonho: quiçá sonhando com as/os jovens que, no momento imediatamente anterior a terem adormecido, lhes passou à frente... quiçá imaginando-se a si próprios enquanto jovens ou comparando atitudes, modos, comportamentos ou modas. Será um qualquer ruído suplementar que os fará despertar sobressaltados e os trará à sua condição.
Experimentem passear pelas avenidas destes espaços e verão como conseguimos encontrar em todos eles determinados padrões de comportamentos e atitudes, numa panóplia geracional e numa heterotópica funcionalidade.

06 janeiro 2009

04 janeiro 2009

Guarda Livros

Já deveria ter escrito há muito tempo aquilo que agora escrevo. Faço-o neste momento porque estou, precisamente, a visualizar na RTPN, em directo, um "episódio" do programa Guarda Livros de Francisco José Viegas. Hoje à conversa em casa de Rubens de Carvalho, cuja biblioteca é impressionante. Apesar de não ter assistido a todos os Guarda Livros - vi com a Filomena Mónica, com o Mário Claúdio e com o Lauro António, sei que no arquivo online da RTP esses episódios estão todos disponíveis (vejam no link do título). Espero em breve ter tempo para os ver, porque de facto este é um daqueles exemplos de bem fazer televisão. Sem dúvida.

02 janeiro 2009

imagem que nos liga


Esta é a imagem que podemos encontrar em vários outdoors espalhados pela cidade de Bragança e, presumo eu, em todas as cidades entre Vila Real e Bragança. Ainda não consegui perceber muito bem a lógica desta imagem, que nos enormes outdoors tem mais informação e onde o rapaz é associado a Vila Real e a jovem associada a Bragança. Desculpem-me os "mágicos" da publicidade e do marketing mas parece-me uma imagem e uma mensagem difusas, que permite inúmeras leituras e que vão muito além da propaganda do regime... de todas, aquela que vou realçar porque perversa é a de que, de facto, muitos casais vivem o suficientemente afastados para precisarem deste esparguete. É verdade... esta imagem é utilizada para anunciar a auto-estrada transmontana!...

dois mil e nove

O tanto que poderia ser dito acerca deste ano. No entanto, abdico em favor destas mil e uma imagens cuja grandeza me deixam estarrecido.