30 abril 2008

subir por subir

Como é possivel!?... Permitir que se aumente 3 cêntimos o litro dos combustíveis em Portugal!?... Ninguém diz nada!?... Ninguém faz nada!?.... Que desgoverno é este!?.... Mas o que aconteceu nos últimos dias que tenha motivado tamanha inflação!?...
Tal como aqui disse no Abril, 25:
"Governos que liberalizam os preços finais dos combustíveis, em actos muito reflectidos e ponderados, com a segurança e certeza de reais descidas dos preços da venda ao consumidor, só que, e desde então, essa liberalização só resultou na mais desenfreada das libertinagens…"
O que deveríamos fazer, sem hesitar e como forma de protesto, era durante 24 horas, apenas 24 horas, greve aos combustíveis. Bastaria que nenhum português abastecesse os seus automóveis durante um dia e, certamente, as consequências de tal atitude reflectiriam-se nos cofres destes senhores... que nos sodomizam brutalmente as carteiras.

25 abril 2008

Abril, 25

Quando Portugal celebra, uma vez mais, o 25 de Abril, aquilo que me apetece dizer é que não há mais nada a dizer, a não ser repetir aquilo que tem vindo a ser dito e redito ao longo destes últimos mais de trinta anos, numa espécie de perpétuo retorno, qual Primavera que nos visita ano após ano sem qualquer alteração substancial e digna de registo. Este é, tem sido, um registo monocórdico e apático, comatoso e sem sabor, no qual já poucos acreditam. É que ano após ano as referências, os valores, os ideais, as promessas de um amanhã sempre melhor e maior são reproduzidas sem haver, no entanto e na vida real dos portugueses, daqueles que não comemoram coisíssima nenhuma, uma correspondência entre a doutrina e a práxis, ou como se costuma dizer, sem bater a cara com a careta, ou ainda, se preferirem, a bota com a perdigota.
Por outro lado, toda a teoria elaborada e produzida em torno desses tais valores, não encontra na sociedade do hoje uma consequência ou um resultado directo e lógico desse acto primeiro e refundador de uma sociedade, mas sim algo de estranho, desvitalizado e degenerado de uma coisa qualquer.
Aquilo que deveríamos todos fazer era reflectir verdadeiramente sobre a tradução cultural e social que foi e é o facto de 1974, ocorrido num dia 25 de Abril. Oportunidade de transformação, de rejuvenescimento, de inovação e de valorização da sociedade, da economia, da cultura, dos indivíduos e da civilização. Passados todos estes dias, teremos conseguido!?... Terão as elites políticas e sociais conseguido transformar o nosso país!?... Uns dirão que sim, outros que não, outros ainda dirão que vamos indo… Pois vamos, mas esse é o nosso grande problema… vamos por onde e para onde!?... Que perspectivas poderemos ter quando toda a nossa experiência sensorial nos alerta:
- Enquanto o comum dos portugueses se reduz à sua insignificância económica, a banca, esse Olimpo dos lucros divinos, dá-se ao luxo de doar empréstimos a uns poucos…
- Governos que alteram sem roque a lei penal e passado não muito tempo as ruas do dia-a-dia ressentem-se… não adianta virem aos holofotes da comunicação social com a verborreia das estatísticas oficiais, pois a rua que esses mesmos não frequentam, vive sobressaltada com a extrema violência de uma criminalidade crescente…
- O estado investe incontáveis milhões em paraísos fiscais e depois, não sabendo o que fazer com os lucros de tais operações secretas, garante financeiramente a participação de um tal piloto português, importará aqui repetir português, no circo da fórmula 1…
- Dia após dia, somos obrigados a saber que os despedimentos são às centenas de cada vez… tantas e muitas são as vezes. Talvez aqui também se possa aplicar o termo que alguns tanto gostam: escala. De facto o desemprego em Portugal adquiriu escala e assim podemos afirmar com verdade que o desemprego é hoje um sucesso nacional…
- Governos que liberalizam os preços finais dos combustíveis, em actos muito reflectidos e ponderados, com a segurança e certeza de reais descidas dos preços da venda ao consumidor, só que, e desde então, essa liberalização só resultou na mais desenfreada das libertinagens…
- Governos cujos ministros dizem e depois desdizem sem qualquer reserva de pudor ou de respeito pela inteligência dos demais, ou então, ministros que passam a ex-ministros e logo depois ingressam numa promissora e ambiciosa carreira de administradores públicos e/ou privados…
- Governos cuja estratégia para a saúde nacional é trocar médicos e hospitais por helicópteros, mas que deixa morrer cidadãos contribuintes que moram a poucos metros de um hospital… cuja estratégia para a educação é o facilitismo que leva directa e rapidamente à iliteracia e à incompetência, mas permite esse objectivo supremo que é alinhar as estatísticas nacionais da educação com as congéneres europeias… cuja estratégia é a aposta nos serviços públicos mínimos…cuja estratégia nacional é, enfim, um fado!...
Estes são apenas alguns exemplos, que sei consideram demagógicos, mas há mais e mais e vocês todos sabem-no. Tenho para mim que para alguns, a culpa de tudo isto é dos órgãos de comunicação social que teimam em impor à sociedade esse incómodo que é a informação e o conhecimento. Uma sociedade constituída por indivíduos que, passiva e acriticamente, aceitam estas circunstâncias não fez, não faz e não fará um 25 de Abril.
Bem gostaria de poder estar aqui a projectar um futuro novo traduzido de um presente ambicioso, mas não estou e, aproveitando as palavras de Ervin Goffman, eu diria para terminar, que os momentos são dos seus homens, mas estes homens permitiram que o momento, este momento, se transformasse num não-momento.

23 abril 2008

Dia mundial do livro e dos direitos de autor que se assinala hoje em todo o mundo, pelo menos naquela parte dele que está às claras... porque a outra (parte) não entra na estatística. Até quando!?...

20 abril 2008

pelo esforço daquilo que também somos nós

- 17 horas do dia 19 de Abril de 2008 -



19 abril 2008

Ignomínia

Um dia que aguardava com alguma ansiedade e que até começou bem, perspectivando-se assim agradável e de boas sensações, não foi preciso esperar pela noite para tudo parecer bastante desagradável e desconfortável.
A crítica e a opinião contrária nunca me amedontraram ou desagradaram, nem tão pouco evito um debate de ideias, uma altercação, uma controvérsia ou uma discussão. Quem me conhece sabe que até todas estas circunstâncias me atraem e me despertam os sentidos e mais.
Aquilo que me derrota, sinceramente, é a difamação e a infámia, principalmente quando, por mais que tentemos, instropectiva e racionalmente, não a compreendemos por não corresponder à verdade. Essa que, sabemos, terá sempre mais do que uma verdade, mas neste caso em particular, uma única e verdadeira.
A consciência tranquila daquilo que sempre fiz e faço, permitirão o esquecimento do sucedido, num dia qualquer destes. No entretanto conseguiram apurriar-me e eu não estou a gostar.
Talvez estas palavras sirvam de catarze para aquilo que aconteceu hoje, no tal dia que eu previra bom. Engano meu e, agora que o dia é quase outro, continuo sem perceber muito bem porquê.
Sempre pensei que hoje esta entrada fosse dedicada a algo com mais "cor" e mais "sabor", mas por razões várias, nomeadamente, por causa deste azedume biliar, essas boas vibrações ficam para amanhã ou depois.

09 abril 2008

07 abril 2008

E assim o dia fica ganho

Sabe sempre bem. Sei que sim. Quem não gosta de um bom comentário ou elogio!?... Fará sempre comichão ao ego e à auto-estima sermos apreciados. Hoje, o meu dia ficou ganho logo pela hora de almoço... então não é que uma amiga, num cumprimento de quem não se vê há uns dias, enquanto descolava a sua face da minha, diz-me: "- Tás mais magro!". Eu queria acreditar na verdade das suas palavras, mas a crua realidade do espelho e da balança (lugar que visito uma ou duas vezes por ano) dizem que afinal a simpatia da amiga foi uma hipérbole. Para tristeza minha. Mas isso não diminuiu a satisfação do momento, que para mim foi tanto ou mais do que me segredarem: "- Tás tão bonito!"

04 abril 2008

Estranhezas

Viajo para Lisboa de comboio logo bem de manhã. Chego à estação do Oriente às 8.30 am, o que me permite chegar a horas e com calma ao meu destino. Colóquio Inaugural da Associação Portuguesa para o Estudo das Religiões (APERLG) que acontece hoje e amanhã no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A manhã passou-se deambulando de sala em sala consoante os assuntos abordados me interessavam ou não. O almoço estava combinado com o cunhado, que entretanto já me trouxera da estação até ao ISCTE. Às 13 horas recebo via SMS: "Vou almoçar com o contabilista."
Com o calhau do portátil mais livros e dossiers às costas lá saio à procura de um tasco para comer alguma coisa. O ICS fica perto de Entrecampos (não que interesse muito), mas é uma zona de Lisboa bastante movimentada e com muitos serviços e empresas. Mesmo antes de entrar no restaurante self-service procuro um quiosque para comprar o Público. Quando me aproximo da rotunda principal, apercebo-me que de cada lado da rotunda há um quiosque. Ao primeiro que vou, o mais próximo, não tem jornais... só Ginas, livros usados e consporcados... atravesso a avenida em direcção ao segundo quiosque, que fica mesmo em e de frente para a porta do Pingo Doce Supermercado. Reparei logo que tinha o jornal pretendido. A Senhora (reparem que a trato dignamente) que estava dentro do quiosque a atender, nem sequer me dirigiu o olhar. Estranhando tal atitude, pedi o jornal Público e, acto contínuo estico-lhe uma nota de 10 euros, que no momento era a unidade monetária mais pequena que possuía. Para conseguirem visualizar o que se passou de seguida, será necessário terem em mente a arquitectura dos quiosques de Lisboa (pelo menos grande parte deles) que são bem diferentes dos que temos no País. O vendedor está dentro e entre ele e os clientes estão todos os artigos expostos numa extensão superior ao comprimento do braço de uma pessoa normal, do meu. Alí estava então eu de braço esticado com a tal nota de 10 euros para pagar 1,40 euros do jornal. A Senhora olhou para mim, reagindo à minha solicitação, olhou para a nota que lhe apresentava, olhou para a caixa do dinheiro... e vejam lá... ignorou-me!... começou a atender outros clientes como se eu não estivesse ali. Não me vendeu o jornal, não me quis vender um jornal. A Senhora nem se dignou a dizer-me uma palavra... fiquei completamente sem reacção, de braço aberto com a nota estendida... até que me apercebi e afastei-me. Atravessei mais uma avenida (já estou no lado oposto da rotunda) e vou ao terceiro quiosque, que educadamente me informou que já não tinha o Público. Atravesso mais uma avenida e, finalmente, lá consigo comprar o jornal. Nem sei como não desisti, ainda por cima sabia que a edição seria a de Lisboa, mas como já dera a volta à rotunda...
Entro no tal restaurante, pego num tabuleiro, num prato, nos talheres, coloco-me na fila atrás de outras pessoas que vão escolhendo os diferentes alimentos. Coloco 3 pedaços de tomate, 1 fatia de queijo fresco e... não havia mais comida!... apenas ananás assado e ovos estrelados... e noutro tabuleiro um, apenas um peixe manhoso, frito ou assado inteiro e com uns grandes olhos esbugalhados... nojento. Pousei o tabuleiro, encostei-me ao balcão e almocei um croquete com um copo de coca-cola.
O resto do dia até correu bem.

02 abril 2008

Baú da Memória IV

Passam hoje nove anos (2 de Abril de 1999) que faleceu D. Manuel António Pires, antigo bispo titular de Silva Porto, actual Kuito, capital da província do Bié, em Angola. Personalidade que tive o prazer de conhecer e, a espaços, conviver. Recordo com alguma nostalgia certos momentos, como aquele em que depois de um almoço de família (alargada), do alto dos seus tranquilos oitenta anos, disse:
"Pois olhai, estava tudo muito bom!... Sabeis, os antigos romanos tinham por hábito, no fim de cada dia, apanhar 1 pedrinha do chão que levavam e guardavam em casa. Se o dia tinha corrido bem, apanhavam pedrinhas brancas, se o dia correra menos bem recolhiam pedrinhas pretas. Ao longo da vida podiam ir percebendo se tinham mais dias bons ou maus. Eu hoje aqui convosco acabei de apanhar a minha pedrinha branca..."
A verdade é que tenho pena de não ter conhecido melhor este amigo. Não sei se tive oportunidade!?... talvez não.

01 abril 2008

Será em Algés

E eu que já planeara uma viagem até Sevilha para o próximo mês de Julho, fiquei muito contente com a notícia que o enorme Coehen vem nesse mesmo mês também a Lisboa, será a 19 no Passeio Marítimo de Algés. É daquelas experiências que, confesso, nunca pensei possíveis. Bastou um telefonema da cara metade, avisando o início da venda dos bilhetes, para de imediato e pela primeira vez, recorrer ao portal da TicketLine e por apenas mais 2 euros, ter em minha casa e na minha mão dois bilhetes personalizados. Admirado e surpreendido fiquei com a rapidez do serviço, não foram precisas mais de 24 horas para os receber na minha caixa do correio. Para que não haja dúvidas...